Vítor Martins, presidente da Junta de Freguesia de Santa Joana: Coligação PSD/CDS tem um projecto que “não acabou e deve continuar” |
Autarca em Santa Joana há 25 anos, Vítor Martins diz que não está cansado. “Tenho cada vez mais vontade”, assegura. O social-democrata defende a continuidade da aliança entre PSD e CDS Alberto Souto tinha “genica” mas o seu trabalho “parou” nos últimos anos dos seus dois mandatos à frente da Câmara de Aveiro. O actual Executivo, liderado por Élio Maia, revela “preocupações com a melhoria da qualidade de vida” nas freguesias periféricas. Mas a “crise” é um travão ao desenvolvimento de novos projectos, admite Vítor Martins. Ainda assim, a construção da nova avenida de Santa Joana vai avançar já este ano É presidente da Junta de Freguesia há 25 anos. Está cansado? Não me sinto cansado e tenho cada vez mais vontade. Temos feito boas coisas para Santa Joana. Alguns autarcas de freguesia queixam-se que a Estrada Nacional 109 é uma barreira. Acha que esse obstáculo se tem esbatido? Santa Joana é uma das freguesias privilegiadas, porque se encontra no centro do prolongamento da Forca/Vouga, naquilo a que o dr. Girão Pereira chamava Aveiro nascente. A freguesia foi crescendo com algum cuidado. Hoje é uma freguesia central, porque o objectivo dos últimos executivos é que a cidade cresça. Dantes, os serviços e os equipamentos concentravam-se no centro e hoje começa-se a notar que se estendem para fora da 109. A aposta na tal cidade nascente, para além da 109, é antiga. Alguma coisa tem sido feita ultimamente? As últimas lideranças da Câmara, com o dr. Alberto Souto, foram condicionantes. O objectivo do dr. Girão Pereira era construir equipamentos sociais e rasgar estradas para se chegar mais rápido às populações das freguesias limítrofes, mas o dr. Alberto Souto parou e concentrou-se em investimentos na cidade, não nas freguesias. Embora com o actual Executivo não haja obras de grande vulto nas freguesias. Mas os presidentes das juntas mais afastadas notam que o Executivo tem preocupações com a melhoria da qualidade de vida. Mas a crise que atravessamos não dá para criar o que Élio Maia deseja. Esperava mais deste Executivo? Nos últimos três/quatro anos, o dr. Alberto Souto parou. Andávamos meses e anos para receber. O problema não vem de Élio Maia. O dr. Alberto Souto tinha genica e queria fazer obra como qualquer um que ama a sua cidade, mas contava, estando o PS no Governo, receber mais apoios. Se calhar deu passos maiores do que podia, contando que viessem mais apoios do Governo. As juntas de freguesia já receberam os montantes em atraso da Câmara? Esta Câmara regularizou todo o passivo com as juntas de freguesia. No caso de Santa Joana, andava à volta de 80 mil euros. Mas há situações por resolver, ligadas a protocolos e a obras. Conseguiu que o troço inicial da via Aveiro/Águeda não tivesse perfil de auto-estrada. Foi uma vitória importante? É um projecto que já vem do tempo do dr. Girão Pereira. O problema não é o traçado, mas o perfil, e para nós foi um choque tremendo quando recebemos o projecto, porque haveria uma vala com três a oito metros até à Moita de Oliveirinha que iria criar uma barreira. Nós manifestámos o nosso desacordo e arregaçámos as mangas. A Câmara esteve sempre do nosso lado, porque verificou que era um atentado para a freguesia e para a cidade. A obra obriga à demolição de casas? Sim. São três ou quatro casas, mas algumas já meio abandonadas. Não é uma grande preocupação. Pior era o caso da avenida, porque aí eram 20 e tal casas a demolir. in Diário de Aveiro |
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Entrevista a Vítor Martins
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Curiosidades...
A Câmara de Abrantes acolheu a iniciativa do Governo de apoio ao empreendedorismo das mulheres. Em Dia dos Namorados, o presidente da Câmara, Nelson de Carvalho, sugeriu que se pudesse escolher outro Santo – neste caso de Santa - para o nome do dia dos namorados como forma de promover a igualdade de género.
"Porquê S. Valentim? Porque não Santa Joana?", questionou o autarca. Ora aí está uma proposta que pode dar um belo tema de debate para um Prós-e-Contras ou até, quem sabe, para um referendo nacional.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Eixo Rodoviário Aveiro-Agueda
É caso para dizer que afinal vale mesmo a pena reclamar. O Governo deu o aval ambiental à futura ligação rodoviária Aveiro-Águeda e, pelo caminho, atendeu às reclamações da Câmara de Aveiro e da Junta de Freguesia de Santa Joana no que toca ao início do traçado.
A Declaração de Impacte Ambiental (DIA) do projecto, a que O AVEIRO acedeu, foi assinada a 30 de Janeiro pelo Secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, e dá conta de uma decisão "favorável condicionada à combinação da Solução Norte com a Solução Sul A", consagradas no Estudo de Impacte Ambiental.
Uma das condições a respeitar pelo construtor é a "reformulação do troço inicial da via a construir, de forma a apresentar características de arruamento urbano, idênticas ao troço anterior, até ao limite da zona urbana".
O documento demonstra que o período de consulta pública obteve uma participação intensa. Foram recebidos 257 pareceres apresentados por autarquias, entidades, empresas e cerca de 900 cidadãos.
"A consulta pública foi muito participada, tendo o troço inicial do trecho comum sido muito contestado, pelo facto de prever a implementação de uma via rápida numa zona urbana com todos os problemas daí derivados - efeito de barreira, afectação de terrenos e habitações, grandes movimentações de terra, afectação de poços, aumento dos níveis de ruído e de poluição do ar, falta de acesso à via e de ligações à rede municipal, colocação de portagens na zona urbana", pode ler-se na DIA.
A Comissão de Avaliação deu importância aos "impactes negativos" decorrentes do "efeito de barreira gerado por uma auto-estrada no interior de uma área urbana". Considerou assim "pertinente a proposta da via a construir apresentar características de arruamento urbano, semelhantes ao troço que lhe dá acesso, até ao limite da zona urbana".
Quanto às questões levantadas pela Câmara de Aveiro, relativas à afectação do ambiente sonoro e dos recursos hídricos, a Comissão "também identificou essas situações" e prevê estratégias de minimização.
Condicionantes ao projecto de execução
Vítor Martins, presidente da Junta de Freguesia de Santa Joana manifestara-se contra o "corte a meio" da Freguesia e a "vala de oito metros" na qual o trajecto seria construído, com todas as consequências que daí adviriam. A Freguesia recusou a via rápida entre a rotunda da Moita e a rotunda do recinto municipal de feiras.
A Câmara de Aveiro defendeu um traçado urbano no início da via, com as devidas ligações às artérias locais, bem com o afastamento das portagens da entrada da cidade, já que a ideia inicial seria colocá-las junto ao Parque de Feiras e Exposições de Aveiro. Por outro lado, a DIA condiciona a execução à compatibilização do traçado com o Plano de Pormenor eficaz do Picoto; à elaboração de um projecto de medidas de minimização que deve privilegiar e actuação na fonte de ruído e só depois na sua propagação; apresentação de um estudo de soluções do ponto de vista da conservação da natureza que minimizem os impactes nas espécies de fauna e seus habitats e à apresentação de um estudo de viabilidade de reconstituição da área de Habitat (9240) Carvalhais ibéricos numa extensão equivalente à área afectada.
A nova ligação rodoviária terá uma extensão de 14 quilómetros
Há várias décadas que os municípios de Aveiro e Águeda ambicionam um eixo rodoviário que ligue os concelhos de forma mais rápida e eficiente.
Inicialmente pensada como eixo-estruturante, a via acabaria por ser ‘formatada’ para perfil de auto-estrada com cobrança de portagens. Segundo anunciou o Ministro das Obras Públicas, Mário Lino, as obras arrancam já em 2009, prevendo-se a sua execução até 2011.
Este lanço de estrada está integrado na subconcessão da Auto-Estradas do Centro, tem 14 quilómetros de extensão e visa oferecer uma alternativa viável às actuais EN 230, EN 235 e EN 233, vias "totalmente saturadas".
A estrada prolonga-se pelas freguesias de Santa Joana, S. Bernardo, Glória, Oliveirinha, Eixo, Eirol e Requeixo (Aveiro) e de Segadães e Travassô (Águeda). A via terá uma largura de 22,6 metros, duas faixas de rodagem (uma em cada sentido) e cada faixa terá duas vias de tráfego.
in O AVEIRO ed. 882, 20 de Fevereiro de 2009