sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Santa Joana em “pé de guerra” contra novo perfil de estrada

O futuro Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda vai cortar Santa Joana ao meio. A Junta de Freguesia não se conforma e promete lutar contra o projecto

A Assembleia de Freguesia de Santa Joana rejeitou, anteontem, de forma unânime, o novo projecto do eixo rodoviário que pretende ligar a rotunda junto ao Parque de Exposições ao nó de acesso à A17, em Oliveirinha – a via segue dando forma ao agora designado Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda.
Vítor Martins, presidente da Junta de Freguesia local, não cala a sua indignação: “Como se não bastasse terem transformado o acesso numa via rápida que vai cortar a nossa freguesia ao meio, ainda querem colocar portagens precisamente à saída da rotunda”.
“Como é que é possível projectarem uma via rápida ao lado do Parque de Exposições? Toda a gente sabe a confusão que ali se gera quando há certames, agora imagine um acesso a uma via rápida naquele sítio”, diz, indignado, Vítor Martins, para fortalecer a sua opinião.
Por outro lado, o presidente da Junta lamenta que o projecto apresentado há cerca de quatro anos tenha sido abandonado. “Estava elaborado à cota zero, ou seja, ao nível actual dos terrenos, com rotundas, fazendo da estrada um eixo estruturante e distribuidor de trânsito”, explica. A surpresa e indignação da Junta e da Assembleia de Freguesia nascem agora porque o desenho foi completamente alterado, projectando-se “uma via para se poder circular a mais de cem quilómetros à hora, construída a uma cota de 3,5 a nove metros de profundidade, com a desculpa de arrumar o barulho dos carros, por 22 metros de largura, com mais 22 metros em taludes”.
Há várias moradias que vão ser demolidas e anexos que vão abaixo. Na prática, tal significa que a freguesia de Santa Joana vai ser cortada a meio, havendo lugares que vão correm o risco de desaparecer do mapa ou ser seriamente afectados, como são os casos da Patela, Quinta do Gato e a Azenha da Moita.
Depois, a via não contempla acessos directos de Santa Joana e prevê túneis e pontões, “cuja construção vai trazer grandes transtornos às populações que ali residem em casas com alguns anos, mas em outras mais recentes também há prejuízos a reportar”, sustenta o autarca.
A posição da Assembleia vai de encontro à da Junta de Freguesia ao considerar que “é necessário Aveiro ter um eixo de ligação à A17, mas não portajado”.
Neste sentido, a reunião do órgão deliberou criar uma comissão para realizar uma exposição dos acontecimentos para levar à Câmara Municipal de Aveiro, EP – Estradas de Portugal e Ministério do Equipamento.
Vítor Martins exorta a população e participar na consulta pública do Estudo de Impacto Ambiental do projecto que está a decorrer na sede da Junta de Freguesia até ao dia 12 de Dezembro. “É muito importante que o façam porque é mais que certo que uma obra destas não vai trazer qualidade de vida nenhuma aos nossos habitantes, antes pelo contrário”, reforça.

Luís Ventura in Diário de Aveiro

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