Mais de 100 figurantes recriaram, este domingo, a entrega da carta régia da cidade de Aveiro, há 250 anos. Durante dois meses, professores e alunos prepararam roupas e encenaram o desfile para mostrarem a história da cidade.
Não se sabe o tempo que fazia há 250 anos quando foi feita a entrega da carta régia da cidade de Aveiro. Mas ontem, durante a recriação deste momento marcante da história da cidade, chovia. Uma chuva de Primavera que não assustou os mais de 100 figurantes que prepararam o desfile do século dezoito. Todos vestidos a rigor, percorreram as ruas da cidade até aos Paços do Concelho, onde foi, mais uma vez, "entregue" a carta.
E entre os figurantes, seis figuras de destaque. O presidente da Câmara de Aveiro e os vereadores também se vestiram a rigor e recuaram até ao século XVIII. Élio Maia, Capão Filipe, Carlos Santos, Pedro Ferreira, Caetano Alves e Marília Martins deixaram as roupas do século XXI e vestiram-se de cavaleiros e dama, numa representação fiel da época.
Esta recriação da entrega da carta régia foi preparada durante dois meses pelos professores e alunos do Colégio D. José I, de Aveiro, que contaram com o apoio da Junta de Freguesia de Santa Joana e da Câmara Municipal. "Tivemos de fazer muita pesquisa para perceber como é que as coisas eram na altura, mas foi um trabalho interessante e gratificante", diz Rosa Moreto, professora, ou melhor, "dama da mais alta nobreza da cidade", diz com um sorriso.
Ana Filipa e Ana Moura, ambas alunas do colégio, também integraram o desfile. "Somos duas damas da nobreza, vestidas a rigor". Estão contentes por participar e mostram saber o porquê deste desfile. "É as comemorações dos 250 anos da cidade de Aveiro", dizem em uníssono.
As roupas, vestidos de cetim, com um chapéu a combinar, foram feitas por elas, com a ajuda dos professores. "Deu muito trabalho, é verdade, mas agora é bom estarmos aqui a participar", acrescentam.
Mas nem só de damas e cavaleiros se fez o desfile. A nobreza esteve presente, como seria de esperar, mas também esteve o clero, com as freiras e os frades a percorrerem as ruas da cidade. Depois seguia o povo, com vestes simples, sem cores e sem tecidos caros.
"Nós somos os pobres da história. Sem direitos a vestidos e a chapéus. Mas estamos satisfeitos por participar nesta recriação da história da cidade, apesar de nos ter dado muito trabalho, atendendo à pesquisa que tivemos de fazer", diz Mariana Filipa, aluna do colégio.
O desfile da recriação histórica da carta régia terminou nos Paços do Concelho onde estava montado um palco. Presidente e vereadores, no papel de cavaleiros, receberam a população da cidade que fez questão de assistir a este momento, apesar da intensa chuva que se fez sentir durante a tarde. A carta régia voltou a ser entregue aos responsáveis da cidade, 250 ano depois.
in Jornal de Noticias
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