Com medo de sair à rua, e muita revolta pela insegurança em que vivem diariamente, os moradores do Bloco 4 do Bairro Social do Griné, em Santa Joana (Aveiro), exigem mais vigilância da polícia, que tem a esquadra localizada a menos de 100 metros.
O terceiro assalto, em menos de três anos, às instalações da Associação de Solidariedade e Acção Social (ASAS) fez extravasar a indignação dos moradores que têm “medo de pôr a cabeça de fora da janela”.
O bairro que já chegou a ser conhecido por ser “pior que o Vietname”, depois de um período de aparente acalmia volta agora a viver momentos conturbados. Consumo e tráfico de droga, e prostituição, são os principais problemas, dizem os moradores e confirma o presidente da Junta de Freguesia, Vítor Martins.
Diamantino Monteiro, Luísa Pinto e João Gomes são apenas três das muitas vozes que se erguem contra a insegurança do bairro. Na madrugada de ontem, ouviram o barulho dos ladrões a assaltar as instalações da ASAS, mas nem se atreveram a ir à janela. “Vemos muita coisa mas temos que estar calados, porque se alguém vem à janela, e depois aparece a polícia, pode ser atacado pelos indivíduos, na sua maioria residentes aqui, mas também de outros bairros”, afirmam os moradores.
Desta vez, os assaltantes arrombaram a janela e roubaram um computador, onde continha dados confidenciais dos moradores, e uma impressora. “Andamos a dar apoio a esta gente e depois fazem-nos isto”, desabafa o presidente da Junta, que lamenta que “pessoas boas tenham de conviver com estas situações”.
A polícia até passa por ali, “de vez em quando”, mas fazem-no de carro e “ainda são provocados”, explicam os moradores, que querem mais patrulhamento no bairro. “Qualquer dia estamos todos doidos, e já nem com dois calmantes consigo dormir de noite por causa do barulho”, acrescenta Luísa Pinto, avisando que, “um dia destes, ainda vamos assistir a uma desgraça. Por favor ponham mão nisto, antes que seja tarde”.
O comissário Sérgio Loureiro admite as situações denunciadas, mas garante que “a PSP tem feito o seu trabalho, com patrulhamentos regulares e várias detenções; a maior parte dos crimes não são denunciados e a polícia não pode adivinhar que eles existiram, se as pessoas não colaborarem”.
in Diário de Aveiro
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Aveiro: Moradores do Griné com medo de sair à rua
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